letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
28
Fev 07
publicado por RAA, às 18:51link do post | comentar
Votaria nele, se eu fosse um moderno.

publicado por RAA, às 18:50link do post | comentar | ver comentários (3)

27
Fev 07
publicado por RAA, às 22:30link do post | comentar
QUE BATE AS ASAS

É à noite que escrevo. Chego a casa e sento-me, o papel
é tão branco, tão limpo. Como ter braços para pôr devagar
à volta dos ombros redondos da rapariga; como beijar-lhe as orelhas
tão cheias de cor na tarde com árvores, com gente que passa.
Uma música da febre de Schumann vai-me ajudando a dissecar
os sentimentos. De pé, a tremer na sala vazia, enquanto os outros dormem,
eu compreendo por momentos que a vida, como uma borboleta
que bate as asas contra a luz escaldante da lâmpada, me
atormenta, me perverte. O operário da fábrica de automóveis,
o pintor de casas, dormem. A mulher e a criança, lá dentro,
sonham também. Cada um vive o seu destino secreto, espera
pelo tempo que há-de vir de novo, e eu,
à noite em casa, depois de ter estado de pé a deixar-me queimar
pelo aguilhão que a vida é, escrevo.

Na Pista, Entre as Linhas

publicado por RAA, às 22:29link do post | comentar


publicado por RAA, às 22:09link do post | comentar

26
Fev 07
publicado por RAA, às 19:42link do post | comentar | ver comentários (2)
Votaria nele, se eu fosse um romântico.

publicado por RAA, às 19:39link do post | comentar

25
Fev 07
publicado por RAA, às 23:01link do post | comentar | ver comentários (2)
Convite

publicado por RAA, às 22:59link do post | comentar
Hugo Pratt, Corto Maltese -- As Célticas

publicado por RAA, às 16:20link do post | comentar
Bougie (p .r.) 16-2-40
Querido amigo: Meia duzia de linhas, para não prolongar demasiado o meu silencio, pois tenho duas cartas suas a agradecer (de 10 e 17 de Dezembro) maná espiritual que tanto me reconforta no deserto em que vivo. E ainda eu acho que esse deserto não é tão completo como o desejaria; convinha-me uma caverna semelhante áquelas que os anachoretas escolhiam, nos primeiros séculos da nossa era, para terminar os desenganados dias. Mas então nunca lá chegariam palavras de carinho como essas que a sua amizade encontra para me alentar; em compensação, porém, não ouviria falar dos efeitos que a «desumanidade culta ou cultivada» pratica actualmente. Quando volto os olhos para o meu passado tenho a impressão de que levei a existencia embalado no regaço de uma voluptuosa valsa de salão até que de repente mergulhei até aos gorgomilos no mais infecto dos pantannos. Com a faculdade, de que ainda conservo restos, de tudo «objectivar», os horrores d'esta guerra relatados nos jornaes, que logo se me representam em quadros pavorosos, de irrefragavel realidade, envenenando-me a alma que fica a escorrer tédio, fel e peripécias, com interesse meramente recreativo, como se fosse um romance rocambolesco publicado em folhetins diários!... -- Basta, porém, de lamentações; e sem nervos que me permitam, hoje, mudar de assumpto, termino renovando os meus agradecimentos, com um apertado abraço do C.
M. Teixeira Gomes
Cartas Políticas a João de Barros
(edição de Manuela de Azevedo)

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