letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
31
Mai 07
publicado por RAA, às 22:48link do post | comentar
TERRA MORTA

Um canto áspero, sem perfume,
Pela noite fora vem.
Vozes neutras e sem lume,
Nem amor têm.

Um canto álgido e soturno,
Canto de morte,
Vem como um vento contra as janelas,
Vento de noite de tempestade
Contra as janelas da nossa vida.

Como asas longas de morcegos
Lá fora a noite perpassa
Grande mãos frias sobre as coisas...


Noite Aberta aos Quatro Ventos / Líricas Portuguesas. 2.ª Série
(edição de Cabral do Nascimento)

publicado por RAA, às 19:09link do post | comentar

30
Mai 07
publicado por RAA, às 15:56link do post | comentar | ver comentários (2)
Yslaire, Sambre -- Teremos que Morrer Juntos?

publicado por RAA, às 15:42link do post | comentar
Eu gostava de ser solidário com a Venezuela e mandar-lhe, de bom grado, os nossos dois canais latino-americanos.

publicado por RAA, às 15:41link do post | comentar

Uma olhadela pelas manchetes dos jornais de informação geral de hoje. Só temos um decente: o Público. O resto é lixo, ou para lá caminha a passos largos.


publicado por RAA, às 15:36link do post | comentar | ver comentários (2)

29
Mai 07
publicado por RAA, às 17:33link do post | comentar
Já repararam que na hora da separação o que há de mais doloroso e patético, não são as lágrimas silenciosas, nem tão pouco os soluços abafados, nem os longos abraços apertados; são esses gestos desvairados das mãos que procuram o rosto, que o procuram mesmo em plena luz, quando a vista se embriagou já das feições da pessoa amada, e os dedos correm todo o rosto, e acariciam as faces, e contornam a boca, e passam levemente pela testa e por fim põem nos olhos dois pensos de amor, tépidos e castos...
Eles significam o sacrifício voluntário, a consciente renúncia, e são muitas vezes o viático indispensável para as viagens trágicas...


«De longe...» / Inventário de Junho


publicado por RAA, às 17:21link do post | comentar

28
Mai 07
publicado por RAA, às 22:17link do post | comentar
PAISAGEM VERDADEIRA

O verde tenro e vivo, de folhagem,
Presépio dos meus olhos, em menino,
Pôs-se de luto a par com meu destino,
Cego-me a vê-lo imagem de miragem...

Quando, iludido, o busco na ramagem,
Já com seus tons mais brandos não atino;
E nesta escuridão, só me ilumino
Vendo-o compor-me interior paisagem:

Paisagem de ouro verde, que de mim
Sai alongada em foco para a terra
A procurar vencer-lhe a cerração,

E aonde num crepúsculo sem fim
Tonta, a esperança, esvoaçando, erra
Sobre torres de encanto e de traição!


O Momento e a Legenda / Líricas Portuguesas. 2.ª Série
(edição de Cabral do Nascimento)

publicado por RAA, às 17:10link do post | comentar

mais sobre mim
Maio 2007
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9





pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO