Desta árvore
a humanidade pende
calada.
Pende a teia
e sua lavra.
Pende a negra aranha
dos dinheiros.
Pende o beijo.
Pende o escárnio
a delecção
como um broto
esvaído no ramo.
Pende a vida
que escolhi
e está suspensa
entre os dias e mim.
E o amor perenemente
penso
neste recado a ti:
Também sou preso
na mesma cruz.
Mas não ressuscitei.
Os Viventes / Antologia Poética
(edição de António Osório)