letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
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Out 05
publicado por RAA, às 17:11link do post | comentar
Toda a obra de Ferreira de Castro está, pois, impregnada desse anarquismo. Ele é um libertário destacado, todos o sabiam na I República pelas posições tomou; todos continuaram a sabê-lo durante o Estado Novo, tanto na situação como na oposição. E sabiam-no os leitores.
O ponto de vista libertário está nos seus livros, não apenas desde Emigrantes, um manancial de assuntos, a começar pela questão da propriedade até ao tema da (ir)relevância da nacionalidade do proletário. Mas este questionamento, esta incomodidade de um escritor que se fez a si próprio num mundo espúrio, vem já desde esse ingénuo Criminoso por Ambição. E esse ponto de vista contempla o desdém pelo jogo político, o antitotalitarismo, o antimilitarismo, o anticolonialismo.
Idealista, fez uma profissão de fé num futuro redentor. Esse idealismo não estará, contudo, isento dos perigos das utopias que transformaram ideias libertadoras em sistemas de encarceramento. Parece-me, porém, que o libertário Ferreira de Castro, rebelde e inconformista, duma rebeldia viril sem autocomiseração, dificilmente cairia na armadilha dos pensamentos únicos.

Nota:
Serão lidas passagens de Emigrantes, Os Fragmentos e das «Mensagens» de apoio às candidaturas do MUD (1946) e de Norton de Matos (1949).

Ena, isto é que foi escrever :) Irei em breve visitar o teu museu, antes de um lanche na Raposa. Tão só a mudança de lar me permita deixar de desencaixotar livros e papéis...Abraço
João Villalobos a 18 de Outubro de 2005 às 11:52

Lá te espero.
RAA a 18 de Outubro de 2005 às 22:51

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