A Teixeira de Pascoais
Rios de Trás-os-Montes, a rezar
A elegia dum sonho que morreu...
Sonâmbulas montanhas, onde o luar
É um anjo imenso errando pelo céu;
Melancólicos vales, onde o mar
Seu miserere trágico escondeu,
Onde, como um assombro, a cogitar,
Paira o vulto espectral de Prometeu;
Sou um fantasma errante do Marão,
Vestido de penumbra e solidão,
Que, em poeira de estrelas, se dilui...
Minha presença é feita de lembrança,
E ando, de noite, enfermo de esperança,
A interrogar a sombra do que fui.
Mocidade Lírica