Inesperadamente vi, aqui na Bulhosa de Cascais, um álbum de
Modesto e Pompom, a primeira série da chamada BD franco-belga com que tive contacto, quando
in illo tempore, a minha Mãe chegou a casa com um magnífico volume encadernado da revista
Tintin -- oferta que deixou em mim uma marca profunda, bem visível muitos anos depois... Esta série, tão discreta quanto importante, criada por André Franquin, continuada por Attanasio, Mittêï (autores, respectivamente, de
Spaghetti e de
O Incrível Désiré) e vários outros, gira em torno do irascível Modesto, a namorada Pompom, contraponto de bom-senso, de Félix, um vendedor de inutilidades, além de três sobrinhos pestes -- condimentos para diversas peripécias de grande comicidade. Já foi apontado que Franquin começou a ensaiar em
Modesto e Pompom os esquemas insanes que depois vamos encontrar em
Gaston Lagaffe; mas poderemos também vislumbrar algumas situações que este autor iria explorar nas
Ideias Negras, a expressão do seu lado mais sombrio. Em
http://bdoubliees.com/, podem encontrar a impressionante lista de argumentistas que colaboraram com estes e outros desenhadores: Peyo (
Schtroumpfs), Tibet (
Ric Hochet,
Chick Bill), Greg (
Achille Talon,
Bernard Prince,
Comanche, etc., etc.), Van Hamme (
História sem Heróis,
XIII), Godard
(Martin Milan), entre vários outros...