letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
30
Nov 05
publicado por RAA, às 22:14link do post | comentar
Mike Bloomfield. Há blues branco? Pergunta disparatada. Basta ir às discotecas com a respectiva secção para vermos que nem todos os músicos têm a tez escura... Há blues branco, há blues europeu (de John Mayall a Rory Gallagher), há blues tão branco que até é tocado por albinos, como é o caso de Johnny Winter, colaborador de eleição de Muddy Waters... Bloomfield foi um judeu de Chicago -- cidade dos blues, portanto --, guitarrista de outro judeu importante, um Zimmermann mais conhecido por Dylan; enquanto tal, é seu o dedilhar (também) eléctrico no álbum Highway 61 Revisited e na mítica «Like a rolling stone». Viveu e morreu num tempo que se esteve razoavelmente nas tintas para os blues; e ele respondeu com a progressiva degradação artística (faria música para filmes porno), e física, até ser encontrado morto por overdose no seu automóvel, ainda não completara os 38 anos. A ouvir, oh a ouvir!

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29
Nov 05
publicado por RAA, às 20:31link do post | comentar
Somos bípedes capazes de sadismo indizível, ferocidade territorial, ganância, vulgaridade e todo o tipo de torpeza. A nossa inclinação para o massacre, para a superstição, para o materialismo e o egotismo carnívoro pouco se alterou durante a breve história da nossa estada na Terra. No entanto, este mamífero desgraçado e perigoso gerou três preocupações, vícios ou jogos de uma dignidade completamente transcendente. São eles a música, a matemática e o pensamento especulativo (no qual incluo a poesia, cuja melhor definição será a música do pensamento).
A Ideia de Europa
(tradução de Fátima St. Aubyn)

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28
Nov 05
publicado por RAA, às 23:05link do post | comentar
HERBA SANTA

Associo melodias às estações,
a instantes mais ou
menos vagos na memória. O
Verão de oitenta e cinco, por exemplo.

Regressara nesse tempo da pátria
dos heróis. Os dias fluiam entre
a viagem de um amor vindo
de longe e um almoço fora de horas
num qualquer snack em Lisboa, cracking.

Com liberdade, livros, flores e
a lua, quem não pode ser feliz?

Sim, havia ainda os livros e
a música, o frágil encanto de
Suzanne Vega.

Cidades de Refúgio

publicado por RAA, às 22:12link do post | comentar
1) Hoje foi lançado no Centro Cultural de Cascais (Gandarinha) o livro de João Moreira dos Santos, Duarte Mendonça -- 30 Anos de Jazz em Portugal, editado pela Câmara Municipal de Cascais. Repositório essencialmente fotográfico, tem esse grande mérito de recordar uma história em que Cascais mais uma vez se destacou, graças ao sócio de Duarte Mendonça, Luís Villas-Boas. Pessoalmente, recordou-me o concerto mais recuado que a minha memória conseguiu alcançar: tinha 15 anos, e já se manifestava o pendor rocker: no Pavilhão do Dramático de Cascais -- que viria também a ser conhecido pela «Catedral do Rock», lembro-me duma tarde de blues, e da guitarra de Buddy Guy, (Buddy Guy / Junior Wells Blues Band), 11 de Novembro de 1979 (ver p. 90).
2) O jornalismo como grupo profissional sempre primou pela sua razoável indigência. A literatura tem-no referido abundantemente, basta uma referência à caricatura do Palma Cavalão, d'Os Maias. De Eça de Queirós a Fernando Pessoa, de Ferreira de Castro a José Régio, poucos terão sido os escritores de valor que não tenham de alguma maneira execrado, com verdadeiro nojo, a inanidade periodística. Também alguns plumitivos desassombrados o têm feito, como sucede com João César das Neves -- de quem normalmente discordo, mas cuja frontalidade não me desagrada. Neves, que traça um retrato negro dos media no DN de hoje, escreve o seguinte: «Ver o relato jornalístico de algo em que participámos é ficar, em geral, com a sensação de ouvir a única pessoa na sala que não percebeu nada do que ali aconteceu.» Ou como diria o Álvaro de Campos, com aquela qualidade chã dos algarvios: «Ora porra! / Então a imprensa portugueza é / que é a imprensa portugueza? / Então é esta merda que temos / que beber com os olhos? / Filhos da puta! / Não, que nem / ha puta que os parisse.»
3) A ler: José Fernandes Pereira (dir.), Dicionário de Escultura Portuguesa (dir.) (Caminho).
4) A ouvir: Rui Veloso, Espuma das Canções.

27
Nov 05
publicado por RAA, às 19:20link do post | comentar
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Johnny Rotten e o seu modo peculiar de cantar inclinado,
como se sofresse dos rins,
depois muito imitado

publicado por RAA, às 17:36link do post | comentar
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publicado por RAA, às 17:28link do post | comentar | ver comentários (2)
Serafim

fui aprendido. Corolário lógico: depois de encafuarem os livros, segue-se o Autor. Infelizmente, não tenho a sorte do Urbano (ainda ontem vi a sua máscara torturada n'A Capital em «crítica» duma antiga fanchona dele, a Felizarda Botelho) ou do Sttau: quando vou de cana ninguém chora nem ninguém protesta. Tão-pouco os meus crimes são nobres, ditos cívicos, de cidadania... mas delitos comuns, taras sexuais. Adiante. 2 pedidos ao Menino Serafim: a) tem por aí uma notinha para mim? (o fim do mês tá à vista!). Em carta simples c/as últimas novidades do milieu literato. b) Boulle: para a semana recupero (desempenho) uma das duas máquinas de escritura. Gostava de rever o texto, mesmo que VV. não o queiram editar (resgataria a tradução).
Cumprimentos ao Abreu, Armando e irmão do Vítor
e para si abraços do
Luiz Pacheco.
Cartas na Mesa
(edição de Serafim Ferreira)

publicado por RAA, às 01:19link do post | comentar












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