Acabou-se. Manuel Alegre não foi eleito. Mobilizou mais de um milhão de eleitores, por razões várias. Quanto a mim, votei num homem com um passado honroso e num cidadão que soube estar nos momentos essenciais do lado certo da História. E votei no escritor. A meu ver, Manuel Alegre poderá continuar a prestar bons serviços ao país na acção política, no PS e na Assembleia da República, sabendo fazer valer o peso granjeado nesta eleição. Portugal também precisa dele, não em movimentos residuais de protesto, mas no centro do poder.
Uma palavra para o presidente eleito, Aníbal Cavaco Silva, referindo o bom discurso de vitória que proferiu no CCB, dirigindo-se à imprensa e, por seu intermédio, aos portugueses. Uma intervenção limpa, sem adversativas, lembrando os estrangeiros que cá vivem e os portugueses mais desfavorecidos, falando na liberdade, sem precisar de fazê-lo, mas dando com ela outra forma à sua proclamação vitoriosa. Gostei. Espero que lhe, e nos, seja auspicioso.
Uma notícula para os comentadeiros de serviço, para os pivôs e plumitivos agenciados: sem ilusões quanto à sua desvergonha, conformo-me com vê-los pululando, sempre disponíveis e de boca aberta à espera que lhes atirem amendoins...
Outra notícula para vomitar na dita extrema-esquerda (não falo na desdita extrema-direita, que está cadaverosa): os Louçãs, os Tomés, os Rosas, os Vales de Almeida, as Dragos, mais os aliados do candidato a Américo Thomaz, que na sua insignificância política não hesitaram em insultar alguém cujo passado de resistente deveria merecer alguma estima e talvez solenidade, pelo menos a essa confraria beata que quando fala em esquerda, fá-lo com a voz cava...