E vai a chuva assentando nelas ripas de lama
que prendem as larvas que dos muros foram caindo.
Podemos caminhar assim, pois seguimos o trilho na urzeira
e a espadela do remador a chapear na légua em volta.
Onde cruzarmos de uma a outra margem o vale,
deixando além os alcantis, abrasados dos mortórios
e o granito atiçando a cinza à borda da cachoeira,
a torrente cairá do malva ao azul esverdeado a espuma.
E na modorra que o dia traz por sob a fiada de árvores,
que de longe tomam a silhueta evasiva das queimadas,
dizes-me ser por isto que tudo o que vem -- vem da memória,
e como nela, tal afluente ignorando seus regatos,
a nossa direcção alternará com as sombras nos lameiros.
A Ordem do Mundo