Confesso que foi mais por pressão familiar que ontem fui ver os Rolling Stones. É claro que são uma banda histórica sobrevivente dos british blues, mas andam há demasiado tempo a fazer render o peixe. Digamos que desde 1972 (!), com Exile on Main St., eles não acrescentam nada àquilo que já havia sido o seu notável contributo, independentemente de alguns bons momentos posteriores, como Tattoo You (1980). A verdade é que se tivessem acabado há 35 anos atrás, o lugar que ocupam na música popular estava mais do que garantido.
Encarava eu, até certa altura, como uma obstinação comercialeira este prolongar de carreira, sem que houvesse algo que seriamente o justificasse. Mas verifiquei que eles continuam a tocar ao vivo com gozo manifesto, e que o farão até as forças lho permitirem.
E ainda bem que lá fui, que diabo!: não é todos os dias que se pode ouvir tocar o «Jumpin' Jack Flash», o »Brown Sugar», o «Paint It Black», o «Sympathy For The Devil», o «Honky Tonk Women», o «Rocks Off» e até o inevitável «Satisfaction» pelos seus criadores de há quarenta anos...