letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
09
Jul 07
publicado por RAA, às 18:31link do post | comentar | ver comentários (2)

publicado por RAA, às 00:17link do post | comentar | ver comentários (7)
O meu velho Amigo Réprobo quis saber quais tinham sido as minhas cinco últimas refeições. Respondi-lhe que nem sequer me lembrava do jantar, quanto mais do almoço de anteontem... Gosto de comer bem, mas as refeições ou são para conversar em família ou para, em restaurante, ler o jornal. Por isso, aproveito a generosa possibilidade que ele me dá para falar dos últimos cinco livros que li. E são estes:

Estou a terminar uma das primeiras obras da prolífica Maria Archer, Ida e Volta duma Caixa de Cigarros, Lisboa, Editorial O Século, 1938. Maria Archer é uma das nossas grandes autoras da primeira metade do século XX. Estilo apurado, fluente, seguro, servindo uma fortíssima personalidade de escritora e de mulher. Uma figura interessantíssima e uma obra romanesca a resgatar.
Estou também a concluir este álbum do grande Hal Foster, Príncipe Valente, com pranchas correspondentes aos anos de 1943-44, editado pela Livros de Papel, Lisboa, 2005. Edição primorosa de Manuel Caldas e José Manuel Vilela que parece nem os americanos têm... O traço de Foster e a saga de Valiant bem o mereciam.
Com argumento de João Paulo Cotrim, autor do magnífico Salazar -- Agora e na Hora da Sua Morte -- e desenhos cheios de jive de Pedro Nora, Anita O'Day, para a colecção «BD Jazz», uma ideia das Éditions Nocturne, secundada em Lisboa pela Corda Seca (2003). O grande triunvirato das cantoras negras Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan fez esquecer injustamente esta branca excessiva e plena de swing.
Um livro de poemas de paulo da costa, Notas de Rodapé, Livros Pé d'Orelha, Vale de Cambra, 2005. Poesia auto-referencial (qual a que o não é?), acusando a tensão do afastamento e da fragmentação de quem vive há quase vinte anos no Canadá, sem inteira pertença aos mundos de cá e lá.
Finalmente, um grande xarope: Artur Portela [Pai], O Trapeiro Russo e Outras Histórias, Lisboa, Livraria Clássica Editora, s.d. Portela foi um jornalista exímio, repórter e chefe de redacção do Diário de Lisboa, o melhor jornal português que alguma vez existiu (refiro-me aos anos de Joaquim Manso, com Portela, e de Norberto Lopes, com Mário Neves). O que este livro demonstra, se fosse preciso, é que não basta escrever sem mácula e ter conhecimento da língua para se ser escritor, sequer mediano. A escrita faz-se com nervo, com as entranhas e não com lugares-comuns nem achados "originais" insólitos ou pesados. Arrastei a leitura até ao fim pela estúpida repugnância de deixar um livro a meio. Mas com que penas...

O pincel agora para alguns dos meus blogues favoritos, ainda não encadeados: Artes Plásticas , Aurelia (se houver tempo e disposição...), Cine-Australopitecus, Escola dos Ferroviários e Ma-Shamba.



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