letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
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Jul 07
publicado por RAA, às 22:30link do post | comentar | ver comentários (2)
E frágil de corpo, enfermiço, não deixava nela a dor fascinante do esmagamento, a violência sedutora de ter ido na dianteira dum vendaval irresistível. Sim, era ardente no amor, vibrante, sedento das horas infinitas que se não contam. Mas largava-a insatisfeita, intacta na sua ansiedade, inquieta e aterrada perante o deus que descia à terra e regressava ao seu trono de nuvens sem deflagrar o milagre.


Ida e Volta duma Caixa de Cigarros

publicado por RAA, às 18:54link do post | comentar | ver comentários (2)

publicado por RAA, às 00:47link do post | comentar
PALAVRAS DUM AVESTRUZ TODO GRIS

Arrancam-me as penas
E eu sofro sem dizer nada:
-- Sou ave
Bem educada.

E, se quisesse,
Podia
Morder-lhes as mãos morenas
A esses
Que sem piedade
Me roubaram estas penas que me cobrem.

E, no entanto,
Sem o mais breve gemido,
O meu corpo
Vai ficando
Desguarnecido.

E elas,
Aquelas
Que se enfeitam, doidamente,
Com estas penas formosas
-- Que são minhas! --
Passam por mim, desdenhosas,
Em gargalhadas mesquinhas.

Sim, eu sofro sem dizer nada:
-- Sou ave
Bem educada


Motivos de Beleza / Líricas Portuguesas. 2.ª Série
(edição de Cabral do Nascimento)

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