letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
03
Dez 07
02
Dez 07
Se a morte fosse uma casa branca
e eu tivesse uma palavra, breve e obscura.
Se a morte fosse um sono tão leve
que o murmúrio do vento a deixasse enlouquecida.
Se a morte fosse o instante entre ir e voltar
uma pedra redonda e frágil atirada ao sono
do mundo.
Reunia os meus mortos, falava-lhes da sombra
que habita nas coisas
das malvas rodeando o poço.
Talvez a música do vento nos salgueiros
ou a canção das abelhas ardesse intacta
por dentro das palavras.
Na Orla da Tinta
e eu tivesse uma palavra, breve e obscura.
Se a morte fosse um sono tão leve
que o murmúrio do vento a deixasse enlouquecida.
Se a morte fosse o instante entre ir e voltar
uma pedra redonda e frágil atirada ao sono
do mundo.
Reunia os meus mortos, falava-lhes da sombra
que habita nas coisas
das malvas rodeando o poço.
Talvez a música do vento nos salgueiros
ou a canção das abelhas ardesse intacta
por dentro das palavras.
Na Orla da Tinta
01
Dez 07
Do questionário do Sunday Times, retirado daqui.
Existem ocasiões em que presos políticos podem ser justificados?
«Não», diz o Sunday Times, talvez porque ache que os terroristas islâmicos detidos no Reino Unido são presos de delito comum...
Por muito que nos repugne, há alturas em que a coacção do estado e a prisão de certos indivíduos se torna uma necessidade, quando esses indivíduos se não limitam a expressar livremente os seus pontos de vista e recorram à violência. Os terroristas, pois claro, e também os grupos racistas e xenófobos que aterrorizam os nossos concidadãos, porque têm cor de pele diferente ou são imigrantes. É óbvio que o estado de direito democrático não pode contemporizar com esse tipo de violência, nem pode deixar-se imolar às mãos dos seus inimigos, mesmo quando estes disputem o poder nas urnas e triunfem. Foi por essa razão que fiquei muito satisfeito quando, há alguns anos, as forças armadas argelinas impediram a FIS de aceder ao poder.
A propósito: em Portugal temos pelo menos um preso político, independentemente doutros delitos que possa ter praticado e de que está acusado. Trata-se duma criatura que é cabecilha uma organização racista, detida preventivamente. E, para já, bem detida.
