Quando nascemos entramos
no nome pela voz dos pais:
-- Dinis Albano...
Íntima e sonora identidade.
Chamam-me e volto a cabeça, dissuadido.
Na voz duma mulher
os nomes são
interiores a nós.
(Na dum polícia, desprendem-se,
como se apenas
os envergássemos).
Um amigo dirige-se-nos,
e as letras do nome
-- tu?!... -- correm de doçura.
Um dia, o nome,
por capricho duma veia ou dum fonema,
ocultamente, esvai-nos.
E por detrás dele,
alheados dos ritos,
nem sabemos da sua
cessação.
Noite Dividida
(foto)