Via-se que o Corsário Negro não renunciara a todas as comodidades.
As paredes da câmara estavam forradas de seda azul bordada a ouro e adornadas de grandes espelhos de Veneza; o pavimento ocultava-se sob um macio tapete oriental, e as amplas janelas que davam para o mar eram resguardadas por leves cortinas de cassa.
Aos cantos havia quatro prateleiras cheias de baixelas de prata, no meio, uma luxuosa mesa preparada e coberta com uma rica toalha de Flandres, e à volta cómodas cadeiras estofadas de veludo azul, com ornatos de metal.
Dois grandes e artísticos candelabros de prata iluminavam a saleta, fazendo cintilar os espelhos e um feixe de armas cruzadas sobre a porta.
O Corsário Negro(tradução de A. Duarte de Almeida)