Não digas o que sabes nos teus versos,
Deixa para trás a ciência e a consciência;
Tudo aquilo que em ti não for ausência
São ideais perdidos, ou submersos.
Abandona-te às vozes que não ouves,
E liberta os teus deuses nos teus medos;
Não busques os sorrisos, mas os medos,
E o que não ignoto e só, não louves.
Ser misterioso e triste, é ser poeta:
Mesmo a luz que palpita nos teus cantos.
É uma imagem heróica dos teus prantos.
Percorre o teu caminho até ao fundo,
E com os versos que achaste aumenta o mundo.
Não sejas um escritor, mas um profeta.
Viagem Desconhecida /
/ Caminhos da Moderna Poesia Portuguesa
(edição de Ana Hatherly)