letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
27
Abr 08
publicado por RAA, às 03:17link do post | comentar | ver comentários (2)

26
Abr 08
publicado por RAA, às 17:34link do post | comentar
Há uma espécie de indulgência que é a indulgência do desinteresse. Uma indulgência mil vezes nefasta -- porque igualiza tudo e todos. José Bacelar
Revisão 2 -- Anotações à Margem da Vida Quotidiana

publicado por RAA, às 17:28link do post | comentar

25
Abr 08
publicado por RAA, às 19:35link do post | comentar | ver comentários (3)
RESTRIÇÕES

Uma parte de minha liberdade
bicada pelos pássaros,
e outra, na vidraça,
foi levada pela chuva.
Alguma parte dela
abandonei na rua
e outra o amor a consumiu
fazendo sua.

Outra o Estado a sorveu,
gota por gota,
por ser eu cidadão
tendo em conta leis,
pendões, brasões.
E o mais não sei.
Alguma réstia dela, alguma grei
dei aos pobres
por modéstia cristã,
que eles mastigarão
os ossos da solidão.
E outra esqueci entre as páginas
de um livro
com as borboletas de arquivo.

Que me fica da liberdade?
Como vou defendê-la em mim
se nenhum bocado me respira
ou busca cidadela na colina?

Defenderei então
a possibilidade,
as verbenas
que no seu lugar nascem
ou, quem sabe,
terei a humildade
para recolhê-la
de colmeia em colmeia.

Defenderei
alguma sobra dela,
a memória,
a vestidura,
a sela.
Defenderei os corolários,
o teorema de Pitágoras,
qualquer ideia
que a faça retornar,
embora velha.

Para ela
sempre haverá espera,
arreios e bala.


O Poço do Calabouço / Antologia Poética
(edição de António Osório)

publicado por RAA, às 19:10link do post | comentar | ver comentários (2)

24
Abr 08
publicado por RAA, às 22:39link do post | comentar
Lembrou-se da impressão que fizera sobre ele a catástrofe do ano de 1866, e chamou à memória as sensações indizivelmente tormentosas que então o haviam empolgado. Perdera grande quantidade de dinheiro... ah, isso não fora o mais insuportável! Mas pela primeira vez tivera de experimentar em toda a sua extensão e no próprio corpo, a brutalidade cruel da vida comercial, onde todos os sentimentos bondosos, suaves e amáveis desaparecem perante o único instinto rude, cru e impiedoso da conservação e onde uma desgraça sofrida não provoca participação e compaixão entre os amigos, os mais íntimos amigos, mas sim desconfiança, apenas desconfiança fria e negativa. E ele não o sabia? Que direito tinha de admirar-se destas coisas? Mais tarde, em horas melhores, de maior energia, quanto não se envergonhara de, naquelas noites de insónia, se haver revoltado, rebelando-se, cheio de nojo, e mortalmente ferido, contra a dureza feia e descarada da vida!


Os Buddenbrook
(tradução de Herbért Caro)
retrato por Johannes Lindner

publicado por RAA, às 22:12link do post | comentar

23
Abr 08
publicado por RAA, às 22:13link do post | comentar | ver comentários (2)
Paul Cézanne, Árvores e Casa
Colecção particular

publicado por RAA, às 22:09link do post | comentar | ver comentários (2)
Chalana Gusmão

publicado por RAA, às 22:05link do post | comentar

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