Tanta esperança, em mim, a Dor mantinha,
Que de febre e canseiras fiz meu pão:
-- Em cinzas converti meu coração,
E em fumo se tornou a vida minha!
Dos meus sonhos, fazia o que a andorinha
Faz das penas que busca pelo chão;
Mas, feito o ninho, é certo que o tufão
Não tardava a levar-me quanto tinha!
Assim fui renegando o Amor e a Vida;
Quando uma voz, em prece, comovida,
Por mim chamou da mais divina Altura.
Da cinza morta, um crente renasceu:
Nova Luz em meu canto amanheceu,
-- Como estrela a boiar em noite escura...
Rosário de Gente Humilde