Um ditame da razão é o nome que damos a certas proposições que consideramos verdadeiras sem as investigar e de que estamos tão firmemente convictos que seríamos incapazes de seriamente as analisar, mesmo que quiséssemos fazê-lo, pois nesse caso teríamos de as considerar provisoriamente em dúvida. Damos tanto crédito a essas proposições porque, quando começámos a falar e a pensar, elas nos eram continuamente recitadas e assim foram implantadas em nós; de tal forma que o hábito de as pensarmos é tão antigo como o hábito de pensar enquanto tal, e já não conseguimos separar as duas coisas. Schopenhauer «Aforismos» de Parerga e Paralipomena (tradução de Alexandra Tavares)