Atrás dos muros altos com garrafas partidas bem para trás das grades do silêncio imposto as crianças de olhos de espanto e de medo transidas as crianças vendidas alugadas perseguidas olham os poetas com lágrimas no rosto.
Olham os poetas as crianças das vielas mas não pedem cançonetas mas não pedem baladas o que elas pedem é que gritemos por elas as crianças sem livros sem ternura sem janelas as crianças dos versos que são como pedradas.