Lido hoje no JL de ontem:Ricardo Menéndez Salmón: «Ser mais sábios ou estar melhor dotados para a beleza, não nos faz melhores pessoas. Se o Inferno existisse, estaria cheio de bibliotecas.» (entrevista a Rita Silva Freire, a propósito da publicação de A Ofensa, Porto Editora);
Maria Teresa Horta: «Por mais que tentassem não conseguiram "apagar-me". Porque sou uma poetisa. Renasço sempre como uma Fénix. E tomem: aí está a minha obra» (depoimento a Maria Leonor Nunes, a pretexto da recente edição da Poesia Reunida, na Dom Quixote, num excelente dossier que lhe é dedicado);
Teresa Sousa de Almeida: «[...] o caso de MTH [Maria Teresa Horta] é exemplar porque o silêncio de que foi vítima foi notório e excessivo. Por ser mulher? Por ser feminista? Por ser uma das autoras das Novas Cartas Portuguesas? Por ter ousado nomear o desejo? É difícil dar uma resposta fundamentada, como acontece em todos os casos de silenciamento e exclusão, uma vez que nunca existe um único responsável, mas uma espécie de cadeia eficaz de várias formas de censura.»
António Carlos Cortez: «[...] poesia e acto crítico são (devem ser e ter) um entendimento da cultura como independência. Os críticos de poesia (muitos deles poetas) não serviam um espírito de capelinha, hoje evidente no modo como às claras, alguns críticos apenas exercem a sua actividade relativamente aos poetas de uma determinada editora, ou de determinada corrente poética.» (recensão a A Vida da Poesia, de Gastão Cruz, na Assírio & Alvim).