letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
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Fev 10
publicado por RAA, às 23:25link do post | comentar | ver comentários (6)
Há na História momentos formidáveis, que irrompem na quase imutável longa duração sobre a qual ela se desenrola. Em 45 anos de vida, testemunhei a caminhada humana na Lua, o 25 de Abril e o fim do último império colonial do Ocidente, a ascensão do nunca assaz louvado Gorbachev e a derrocada do Muro de Berlim, o fim do apartheid na África do Sul e a emergência de Nelson Mandela, a eleição do retirante Lula à presidência do Brasil e do académico Obama, um mestiço, à dos Estados Unidos. É claro que nada disto se deve a milagres nem apenas à pura individualidade de excepção que representa(ra)m Gorbachev, Mandela, Lula e Obama, mas, em grande parte, às conjunturas específicas em que cada um operou.
Mandela aí está, do altos dos seus 91 anos, como uma grandeza que só terá tido paralelo, no nosso tempo (?) em Gandhi.
Para um pessimista como eu, é consolador poder não desesperar completamente da natureza humana.

publicado por RAA, às 23:03link do post | comentar

publicado por RAA, às 22:28link do post | comentar | ver comentários (5)
Todo o Poder tenta condicionar a liberdade de expressão.
A liberdade de expressão, no pós-25 de Abril, foi condicionadíssima: durante o prec, nos governos de Mário Soares, nos governos de Cavaco Silva.
Creio que foi António Guterres o primeiro-ministro que melhor cuidou da liberdade de expressão.
São ou sentem-se condicionados na liberdade de expressão aqueles que têm agendas próprias. E os que têm telhados de vidro.
Em Portugal, hoje, a liberdade de expressão não é condicionável.
A liberdade de expressão é demasiado importante para servir de pretexto a táctica de politicalha.
Todos devemos estar vigilantes em defesa da liberdade de expressão.

publicado por RAA, às 20:49link do post | comentar | ver comentários (9)
Se Rangel já era insuportável à frente da bancada do PSD; se Rangel conseguiu ser impossível num punhado de semanas do Parlamento Europeu -- imaginem Rangel presidente do PSD, líder da oposição, imaginem-no primeiro-ministro!

publicado por RAA, às 20:24link do post | comentar

publicado por RAA, às 00:36link do post | comentar
MANDIMBA METÓNIA VILA CABRAL

Infância triste mas encantada
Em casas grandes muito sombrias
Outras crianças não as havia
Os meus amigos? Dois grandes gatos
A luz o vento a água a água

Se alguém tocava velho e roufenho
O gramofone de manivela
Eu perturbava-me e a quem me via
Com lágrimas que não entendia

Havia festas de vez em quando
Eram janelas do paraíso
Lembro os adultos Como eram estranhos
Como eram estranhos e imprevistos

Como eu sentia que não sei onde
Um outro reino de festa e luz
Inteiramente me pertencia
E só de longe naquelas casas
Naquela gente que me era fria
Muito por alto se reflectia

Vila Cabral, 22-2-63


Exílio / No Reino de Caniban III
(edição de Manuel Ferreira)
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