letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
17
Jun 10
publicado por RAA, às 20:00link do post | comentar | ver comentários (2)
Vê se és capaz de interiorizares a certeza de que depois da tua morte não há mais nada, ou só o nada existe. Que é que depois podes extrair do significado para tudo o que te preocupou enquanto vivo? E se não consegues abstrair da existência dos que ficam ou hão-de vir, vê se és capaz de imaginar a espécie humana extinta. E os biliões das eras de silêncio que se seguem. Porque só então saberás o incrível da tua ficção. Vergílio Ferreira
Pensar (edição de Helder Godinho)

publicado por RAA, às 18:00link do post | comentar
Esther Mucznick, que gosto sempre de ler no Público, mesmo quando, por vezes, não concordo com ela, pergunta-se, hoje, porque razão existe uma sanha contra Israel, «o único Estado do mundo ao qual nada se perdoa.»
É evidente que existe um duplo critério, quando se aborda o conflito israelo-árabe. Por cá, uns patetas alucinados continuam a destilar o seu anti-judaísmo patológico -- em Portugal!, o país com o sangue mais impuro da Europa, nação cheia de judeus, berberes, negros que desde o século XV se miscigenaram com os indígenas locais, mais um punhado de celtas, ao Norte...
À esquerda, esquerda festiva, estúpida e inconsciente, gemina-se com Gaza... Tenho, também, lido em sítios na net, alegadamente marxistas (ou marxizantes), tiradas anti-semitas duma indignidade atroz.
Mas há uma coisa que Esther Mucznick tem de perceber: não há a mínima paciência ou tolerância por parte de alguns amigos e admiradores de Israel -- entre os quais modestamente me incluo --, quando o governo do país é liderado por um troca-tintas como Netanyahu, acolitado por um indivíduo pouco recomendável chamado Avigdor Lieberman, uma espécie de Le Pen do Médio Oriente (e, repetindo-me, como se deixou Ehud Barak enredar nesta armadilha de pacifismo suspeito?...).
Foram escolhidos pelo eleitorado, dir-se-á. Pois foram, mas isso não desculpa o eleitorado. Têm, até, menos desculpa do que os votantes que em Gaza elegeram o Hamas. Convenhamos: uma coisa é ser-se cidadão duma sociedade aberta, como Israel; outra coisa é ser-se um mero peão e carne para canhão dos territórios palestinianos.

Resumindo: em face dos Liebermans e do Netanyahus, creio que não vale muito a pena evocar o passado, a Inquisição, os pogroms e os fornos crematórios. Não são apenas os palestinianos (ou os árabes em geral) que têm de assumir as suas responsabilidades. Os israelitas, também -- e enquanto é tempo.

publicado por RAA, às 15:00link do post | comentar

publicado por RAA, às 11:04link do post | comentar

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