Não sei que sentido terá hoje falar-se de contra-cultura. É um conceito a rever. Mas se pensarmos em transgressão e desafio, Alberto García-Alix é um nome. Não me impressiona muito a foto de chuto com título poético ou o grande falo erecto dum tipo cujo nome me esqueci de assinalar (Pancho, Nacho ou assim -- mulheres fascinadas, homens invejosos). A toxicodependência e a pornografia, a deficiência e a irreverência já não chocam muito pouco. A grande foto da exposição «De donde no se vuelve» (desgraçadamente, não vi o documentário), a fotografia mais transgressora e desafiante é a de um imaculado "peitilho" intitulada: Um homem de camisa demasiado limpa não é um homem honrado. Perfeito.
(Auto-Retrato)