letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
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Jun 11
publicado por RAA, às 22:40link do post | comentar

publicado por RAA, às 21:01link do post | comentar | ver comentários (2)
Surpresa!... Eu, alérgico ao BE desde a primeira hora, vou votar nele -- com reservas mas com algum entusiasmo, diga-se, embora não tenha ilusões quanto às consequência do meu voto.
Dois factores determinantes para que vá exercer o voto desta forma: sempre me foram antipáticas as origens do Bloco: PSR, UDP (credo!) e ex-PCP, sem garantias portanto de um entendimento liberal da democracia que perfilho. Mas tenho verificado que, ao contrário do que sucede no PCP, por várias vezes e em diversas ocasiões, o BE tem convivido com as divergências políticas que se exprimem no seu seio e cá fora se manifestam. É um bom sinal.
Em segundo lugar: Louçã, de quem nunca fui fã, para além da sólida preparação económica e política com que se apresentou nos debates, soube esgrimir as suas divergências com elevação e pertinência (esteve, aliás, muito bem com Passos Coelho e com Portas); por outro lado, não tem um discurso submisso, de vencido; pelo contrário -- e aqui está com o PCP --, apresenta alternativas à política económica, sem um discurso antieuropeísta e patrioteiro -- e aqui afasta-se do PCP.
Não me apetece votar em quem apela à submissão, nem alinho pelas criaturas engravatadas muito assustadas que invadem o espaço mediático proclamando que temos de ganhar o respeito dos mercados -- sem terem a decência de afirmar que os tais mercados não se dão ao respeito.

publicado por RAA, às 20:56link do post | comentar | ver comentários (2)
O PS é o partido da minha área política. Está, porém, cada vez mais parecido com o PSD. Gente com quem me identifico, Ferro Rodrigues, Manuel Alegre, não são mais que flores na lapela de Sócrates. Claro que o meu voto não é determinado por Sócrates. (O que se tem visto por aí em relação a Sócrates é dum patetismo que caracteriza bem este país de futebóis e revistas do coração). 
Tenho vários problemas com o PS. Mas o que agora determina o meu não-voto é a postura de pura desistência, de braços caídos diante de uma situação interna e externa que um partido à esquerda não pode deixar de sinalizar. Em vez disso, o PS mais não quer ser do que o garante do bom comportamento dos cidadãos perante os "mercados", triste figura que o equipara à inanidade contabilista dos cavacos e outras ferreiras leites. Para moderações destas, que mais não são do que uma garantia de domesticação, eu não contribuo.  

publicado por RAA, às 20:51link do post | comentar
O puro pragmatismo, o desenrascanço, o vazio doutrinário, a aflitiva indigência dos dirigentes (com todas as excepções). Ideologicamente vazio, o Poder que pretende conquistar é pasto para as clientelas. Passos Coelho pode ser muito simpático, honesto e bem intencionado, mas votar em líderes numas legislativas é uma forma básica e imatura de exercer o voto. Portanto, passo.

publicado por RAA, às 20:45link do post | comentar
Não vale a pena, francamente, gastar muito latim com o PCP. Ideologicamente firme, com a firmeza de uma seita,  a sua perversão doutrinária, para quem tivesse dúvidas quanto à teoria, já foi demonstrada na prática, através de todas as uniões soviéticas, chinas, albânias, cubas e coreias do norte deste mundo. O marxismo-leninismo faz-me lembrar a santa madre igreja e a sua inquisição, quando impunha a fogueira como penitência; neste caso, em nome de um horizonte social beatífico, foram impostos os regimes mais repressivos e tirânicos que o século XX conheceu, com excepção do nazismo (nada se compara com o nazismo). Como disse o Júlio Pomar quando acompanhou Soares em visita à URSS: "ver para descrer". Mas nem é necessário ir ver: basta ler, do pensamento e prática intolerantes de Marx, ao Avante! do mês passado, a propósito da questão síria; ou, se quiserem, ler o Orwell, o Koestler, o Soljenitsine... Não mudaram, não querem mudar. Estão no seu direito; mas numa sociedade livre serão sempre residuais.

publicado por RAA, às 20:36link do post | comentar
Politicamente, estou muito mais próximo do CDS do que de outras forças políticas à esquerda, em que me reconheço. Basta o CDS ser um partido liberal. O seu conservadorismo nos costumes também não me causa mossa: os costumes estão na esfera da liberdade individual que cabe a cada um. Não voto no CDS basicamente por duas razões: o seu discurso aparentemente social cristão é falso. O CDS é um partido de classe, exactamente como o é o PCP; e, dada a sua pequena dimensão, nunca conseguirá libertar-se do nicho de interesses que efectivamente representa. O alarde que Portas faz das preocupações sociais do partido, se forem entendidas de forma benigna, não são mais do que uma perspectiva caritativa e esmoler dos pobrezinhos; se quiser ser mais severo, diria que me faz lembrar os beatos falsos, que andam sempre com nosso senhor na boca, desdizendo-se à primeira oportunidade. Talvez fosse bom para o país que o CDS fosse a segunda força política, obrigando-se assim a libertar-se dos casulos em que se encerra.

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