O simbolismo de Dickens é todo tecido com fantasmas arrancados à miséria de Londres. Visto [sic] por um «snob», essa miséria seria o cenário dum drama vulgar, com pretensões ridículas de realismo.
Sentida por Dickens, que foi um famélico, a tragédia estilizou-se na mais original e bizarra expressão literária.
A tragédia, a dor, atingiram a forma culminante da sugestão.
Realizada por um processo exótico, não resultou uma arte «snob» que seria sem dúvida o seu despenhadeiro, e assim os livros de Dickens tornaram-se populares em toda a Inglaterra e erraram triunfantes por todo o mundo.
O Drama da Sombra (com Ferreira de Castro)
(também aqui)
Se o céu azul escutasse / o queixume da gente simples da terra / eu conheceria a liberdade.
Fernando Assis Pacheco
A morte veio ter com ele sob a forma de uma dor insuportável. Era como se tivesse de dar à luz aquela dor como uma mulher dá à luz um filho, e ele soluçou e gemeu com o esforço. Por fim, a dor saiu dele, e Raven seguiu esse seu filho único em direcção a uma vasta desolação.
Graham Greene, Assassino a Soldo