O poeta representa a imaginação por meio de imagens da vida e das situações e personagens humanos, põe-nas em movimento e deixa a cargo do leitor a tarefa de permitir que essas imagens ocupem os seus pensamentos, na medida em que os seus poderes mentais lho permitem. Por isso é capaz de dotar os homens das mais diversas capacidades, quer se trate de tolos, quer de sábios. O filósofo, por outro lado, representa não a vida em si mesma mas os pensamentos acabados que dela abstraiu e exige ao leitor que pense precisamente como ele e precisamente tanto como ele. Por isso o seu público é tão pequeno. O poeta poderá, desta forma, ser comparado a alguém que oferece flores; o filósofo com alguém que oferece a essência delas. Arthur Schopenhauer
«Aforismos», de Parerga e Paralipomena(tradução de Alexandra Tavares)