letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
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Dez 05
publicado por RAA, às 02:01link do post | comentar
Posted by Picasa*tvi
É só para dizer que o debate ontem correu muito bem, a ambos. Sereno e elegante para com Cavaco, político na acepção mais elevada, Alegre tem à esquerda os seus reais adversários. Terá de arrumar com Soares, evidenciando como a candidatura deste é politicamente aberrante num estado moderno e europeu; provavelmente, até ao dia do debate o próprio Soares já terá percebido que o país há muito perdeu a pachorra para gramar outra vez a sua magistratura de influência. Chega. Alegre terá também que pôr Jerónimo no sítio e, se for preciso, perguntar-lhe onde estava antes do 25 de Abril, para ver se o diligente secretário-geral, que anda há um ano a pastorear o rebanho, encaixa; e finalmente mostrar que Louçã é um produto marginal e suburbano, uma espécie de irritação cutânea, por enquanto nada de muito sério que não passe com uma pomada bem aplicada. Uma palavra para Cavaco: terá sempre as suas insuficiências, como todos nós, mas em dez anos ganhou um estofo visível de estadista. Eu também dormirei tranquilo se Cavaco for eleito. Mas, para já, estou com o Manuel Alegre.

No Brasil, estava eu ainda na escola, assisti ao nascimento de uma erupção cutânea em tudo semelhante, no conteúdo e na forma da aqui citada. O partido chamava-se PT e a irritação Lula.

[]'s
Edgard Costa a 7 de Dezembro de 2005 às 03:29

Hoje, transformou-se em cancro e se alastra por todo o organismo.
Edgard Costa a 7 de Dezembro de 2005 às 03:31

Eu acompanhei esta última eleição do Lula com grande atenção, inclusivamente os debates, em particular com o Serra, que me parecia um político na linha do FHC. Eu tinha (e como não estou nada por dentro do que realmente se passou com a história do «mensalão», para além do ruído mediático, continuo a ter) grande admiração pelo Lula, pelo seu percurso e persistência. O que houver de revelações futuras que venham a infirmar essa ideia que eu tenho dele, será motivo de grande perplexidade e decepção para mim. Quanto ao PT propriamente dito, não é de espantar, numa organização que já tomou o poder há vários anos; é da natureza das coisas... Um abraço.
RAA a 7 de Dezembro de 2005 às 17:35

Talvez por ter sido aluno do FHC eu goste da linha. Lembro da observação do jornalista da TSF quando da eleição do FHC para o primeiro mandato, que afirmou: -" Até fala bem o português"! Quanto ao Lula, já foi coerente enquanto durou a retórica. Mas a teoria, como sabemos, na prática é outra. Numa declaração quanto ao recente descontrolo e déficit orçamental, proferiu a seguinte pérola: -"Fico muito triste".

[]'s
Edgard Costa a 8 de Dezembro de 2005 às 16:06

Não chega ficar triste, é verdade. Mas vocês, depois do drama Tancredo, daquela palhaçada que foi o Collor mais o cinzento do Itamar, realmente precisavam de muitos anos de FHC, Serras sérios mas também (julgo eu) de Lulas que tentassem inverter um pouco essa situação de grande potência, qualquer dia membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, mas com milhões de crianças abandonadas nas ruas. Isto é: não sei até que ponto é que o Brasil não precisava de alguém que tivesse a autoridade moral para fazer uma revolução que não levasse a uma maior fuga de quadros para o exterior mas que invertesse a tendência de pauperização da população. (Atenção: estou a falar de cor: não sei se os indicadores mostravam que isso vinha sendo conseguido; empiricamente, claro que não é essa a percepção comum.) Esse alguém, pelo seu percurso, parece-me que só podia ser o Lula. Se ele desperdiça (ou já desperdiçou) todo o capital que lhe permitia fazer um mínimo de reformas sem comprometer o futuro, nem marcar passo, é mais outra desgraça. Como é que vocês, brasileiros, aguentam?
RAA a 8 de Dezembro de 2005 às 17:35

A única vantagem, e já não é pouco, que se obteve com a passagem do Lula, e do PT pelo poder, é que daqui para frente não vão poder travar toda e qualquer reforma de fundo que se tente fazer passar no Congresso, só por não ter sido sua, do PT, a ideia. Seja útil ou não a regra geral é, e sempre foi, votar contra.
Está mesmo a falar de cor. Se verificar os dados de nível de vida geral do povo brasileiro, ele vem subindo desde o governo FHC. O Lula não pode alterar muito do que tinha sido traçado antes, ainda bem, porque os compromissos com o capital estrangeiro já estavam definidos (FMI).
Quanto a revolucionários latino-americanos é uma ideia utópica que nunca se aplicou verdadeiramente por aquelas terras. Os que tentaram, pela força ou não, fazer revolução na AL ou foram mortos, ou estão isolados, ou têm seus mandatos caçados pelo congresso. Noutros tempos ao companheiro do Lula José Dirceu, seria decretado bebericar numa garrafinha com cicuta.
Como nós aguentamos? Vindo para Portugal.


[]'s
Edgard Costa a 8 de Dezembro de 2005 às 17:58

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