É primavera. A minha mocidade
abre as asas douradas à alegria...
Que triunfante sol! que alacridade!
No peito, o coração dá meio-dia.
Tarde estival. Agora, a minha idade
olha o centro da vida. Quem diria!
Outono. É já passado! É já saudade!
Toca-me o coração ave-maria...
Inverno. Tanto frio, tanto gelo
a cair devagar no meu cabelo!
Dá meia-noite o coração. E agora,
quando tudo se acaba e tudo foge,
ele é um relógio, que dá horas hoje,
pelo costume de as ter dado outrora...
Apaixonadamente