Desde criança, e até à idade adulta, reparti a minha vida por duas casas, uma no Estoril, a outra no Cobre, em Cascais. Na primeira, tinha à minha frente o casario do Monte Estoril (mais tarde ocultado por um acrescento de piso num hotel) e a baía de Cascais; na segunda, um vasto pinhal em que a região é fértil. O pinhal já não existe, foi devastado pela construção. Hoje a janela está de lado, mas tenho diante de mim uma alta estante a abarrotar de álbuns de bd. Não podendo já ter nenhuma daquelas, mantenho, nessa(s) estante(s), uma janela aberta para a infância e juventude.