letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
31
Jan 12
publicado por RAA, às 23:59link do post | comentar | ver comentários (2)

* beijar a mulher amada, apalpá-la, também

* brincar com o cão e a gata

* conversar com os amigos e perceber que há estórias de há 40 anos

* dizer mal da televisão e dos jornais

* escrever

* flanar pelo Paredão Cascais-Estoril

* flirtar

* formar clubes de leitura

* gostar de elogiar

* lamúrias sobre a crise e a política

* mimar a filha mais nova; gozar com os filhos mais velhos

* tardes de Guincho

* torcer pelo Benfica


12
Abr 11
publicado por RAA, às 00:04link do post | comentar | ver comentários (2)
cartaz original, 1940
um salto em frente na técnica de animação, relativamente a «Branca de Neve»
o filme é verdadeiramente assustador para as crianças (a minha filha teve medo)
«When You Wish Upon A Star», cantada pelo Grilo Falante, tornou-se um standard (eu tenho duas versões: uma pelo Louis Armstrong, a outra do Jimmy Scott)

10
Abr 11
publicado por RAA, às 20:50link do post | comentar | ver comentários (3)
Revisitação dos clássicos com a minha filha mais nova.
O cartaz é o original.

29
Mar 11
publicado por RAA, às 20:00link do post | comentar | ver comentários (6)
Para que conste, estou no Facebook. Não porque tivesse muita vontade, mas por razões de índole profissional. Não percebo nada daquilo, a bem dizer, senão que é um fórum de tagarelice. Mas há coisas giras: reencontros com familiares e amigos de outros tempos, ou insurgências no mundo árabe.  Enfim, sendo um blogger, faço daquilo uma extensão deste e doutros blogues que vou mantendo. E exercito-me na legendagem de algumas imagens ou músicas que aqui postei. Não me parece que dê para muito mais. Mas que sei eu?...

11
Mar 11
publicado por RAA, às 00:18link do post | comentar | ver comentários (3)
há partículas do meu sangue vindas do outro lado do estreito de
                                                                                        [tariq
guerreiros de alfange à cinta tomaram muralhas
desbarataram o rei rodrigo
e guerrearam-se entre si

sangue quente em terra quente
useiro e vezeiro no trabalho violento do gado
manadas conduzidas por léguas e léguas além tejo oeste e volta
noites dormidas onde calhava
ao relento e ao luar
noites transfiguradas pela geometria fractal dos corpos celestes

este meu sangue da barbaria
alento de macho cobridor sem maldade ou pudor
de fácil turvação à vertigem de uns olhos rasgados em tez morena
sangue berbere espalhado sem ida nem volta pelas margens
                                                               [de aquém tejo

08
Mar 11
publicado por RAA, às 23:47link do post | comentar | ver comentários (2)
O Zé Colmeia é talvez a personagem mais antiga dos quadradinhos e da tv de que me recordo. Guardo ainda um livrinho, entretanto sem capa, duma colecção que trazia "desenhos animados" no canto superior direito. Hoje fui ver o filme em 3D com a minha filha mais nova. Adormeci nas duas partes, mas deu para ver que funciona para o público infantil. O meu Zé Colmeia, porém, será sempre o das curtas metragens da dupla Hanna-Barbera.



08
Fev 11
publicado por RAA, às 19:57link do post | comentar | ver comentários (3)
o medo e a transgressão
o disfarce e a submissão
correm no meu sangue
confinado à beira baixa

no retrato duma trisavó
na terra
no nome da família
inscreve-se ao baixo o rasto milenar da judeia na cara do meu
                                                                                   [sangue

passei a exigir-me judeu
vestígio da nobreza do meu sangue
berbere celta negróide

e há segredos de roda
tradição familiar fantasiosa de aristocracia presuntiva
sem um pingo da nobreza do meu sangue

a verdade é que no meu sangue há criadas de servir
criadas em locais remotos duma baixa beira
terra de contrabando e crime
terra de ninguém

01
Fev 11
publicado por RAA, às 22:26link do post | comentar | ver comentários (4)
no meu sangue há homens do mar
celtas de olho azul vindos em balsas
da verde erin

tiveram poiso por séculos na costa norte 
mas logo se lançaram a esse mar
para cima do árctico
e desceram a sul
à aventura e à rapina

celtas de olho azul
branco o loiro da barba
neve da terra nova

celtas de olho azul
roupa colada ao visco do corpo
calor húmido dos trópicos

homens e mulheres da pesca e do peixe
da costa nova à capital do império
onde assentaram arraiais os filhos dos arrais

em lisboa se fixam
trazem despojos vivos
dos restos d'além-mar
e com eles se misturam

no meu sangue
tudo isto e ainda mais

29
Jan 11
publicado por RAA, às 23:13link do post | comentar | ver comentários (4)
o meu sangue correu pelo atlântico
entre barcos negreiros de costa a costa
e companhias de navegação entre o norte e o sul
e do sul para o norte

há no meu sangue alguém subtraído
aos pais aos filhos ao amor da terra
capturado por tribo inimiga
prisioneiro de guerra
ou de cilada armada

um negro
robusto que bastasse para sobreviver à travessia do atlântico
grilhetas nos pulsos nos tornozelos no pescoço e na alma
ou uma negra
da costa dos escravos ao mercado da baía
ou de qualquer parte do brasil onde se vendesse gente como
                                                                           [mercadoria

o meu sangue negro perde-se numa noite secular
até um português do meu sangue branco (branco?)
trazer uma bisavó mulata com sua mãe liberta
a bisavó que hasteava a ordem&progresso à varanda
quando se pilhava e matava na lisboa republicana

áfrica américa europa américa europa
o meu sangue fez o triângulo do mar

25
Jan 11
publicado por RAA, às 14:39link do post | comentar | ver comentários (10)
no meu sangue há
comerciantes austeros de suíças brancas e longas
relógios de cordão de ouro e ar respeitável
(talvez o fossem)
um ar que se permitia pendurar-se
nas paredes de pé direito muito alto
em casas do século dezoito

trataram na ribeira das naus do que chegava do brasil da índia e
                                                                               [das partes de áfrica
alguns deixaram as mulheres e descobriram no regresso filhos
                                                                    [com treze meses de gestação
alguns deixaram as mulheres e descobriram-se pais de outros
                                                                        [filhos em paragens distantes
perdoai-lhes senhor
que todos sabiam o que faziam

foram vizinhos do bernardo soares
sem que o notassem
estiveram cercados à fome pelos castelhanos em mil trezentos e
                                                                                    [oitenta e quatro
circularam em contágio de curiosidade entre o carmo e o arsenal
                                                                                    [no vinte e cinco de abril
sem espalhafato que a sua política era o trabalho
vaguearam doidos varridos quando o grande terramoto lhes
                                                                                    [ruiu bens e família
sobreviveram como puderam aos exércitos de bonaparte e à
                                                                                    [tropa de beresford

em lisboa há séculos
pergunto(-me) o que são e de onde vieram

prosperaram e caíram
o triunfo não era da sua natureza
acertavam quando calhava para tudo se desconjuntar na geração
                                                                                      [seguinte
cabeças no ar e mau vinho
importação de fruta exótica e lugares na praça da figueira
prédios no bairro alto e campo de ourique habitação ao rossio
cruzaram-se com o eça quando ia visitar os pais chegado de paris
mas também não deram por isso.
já ninguém mora nas casas pombalinas e o soalho deixou de
                                                                                      [ranger

desde então a família circula dispersa-se e desfaz-se

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