letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
09
Nov 12
publicado por RAA, às 21:07link do post | comentar | ver comentários (2)

A espera que se está a organizar a Angela Merkel tem este significado: em Portugal há um governo de marionetas. O presidente da República tem sido politicamente irrelevante neste mandato (só não o foi quando se tornou promotor duma jacquerie contra Sócrates, que como se sabe, atentara contra o Estado de Direito e o leite com chocolate). O Parlamento, apesar da captura pelos partidos dos interesses e pelos interesses dos partidos, deu prova de vida, ao suscitar (algum PS+BE) fiscalização do Orçamento pelo Tribunal Constitucional, algo que provavelmente irá repetir-se.

Eu gosto de pensar que a circunstância de pertencermos à UE, onde nunca poderemos deixar de estar enquanto ela existir, nos dá pelo menos a prerrogativa de uma dignidade institucional igual à de qualquer outro estado membro. Não sendo assim (como não está a sê-lo), em vez de nos portarmos como cidadãos alemães, devíamos desviar a manif para a representação da UE em Lisboa; exigir que  Presidente da República justifique o cargo que exerce, sendo a voz (audível) do nosso descontentamento. Quanto ao Governo é cá que devemos tratar dele.


23
Abr 12
publicado por RAA, às 22:56link do post | comentar | ver comentários (2)

Eu percebo que Vasco Lourenço não queira ir para a Assembleia da República fazer figura de parvo. Percebo-o que o não queira fazer, enquanto cidadão. Enquanto presidente da Associação 25 de Abril, acho péssimo. O 25 de Abril tem muitos «espíritos»; mas o que prevaleceu, graças também ao 25 de Novembro, foi uma ideia de sociedade liberal, isto é: livre, em que o povo seria quem mais ordenava, através do voto nas urnas. Se não foi assim, se não é assim, tal não se deve a este governo, por horrível que ele seja (e é). Mas é um governo democraticamente eleito pela maioria dos cidadãos que votaram (eu pertenço à minoria cujo voto recaiu noutro partido). Logo a Associação 25 de Abril teria forçosamente de fazer-se representar, nem que fosse pelo mais insignificante vogal da  Mesa da Assembleia-Geral. Os Capitães -- a quem nunca estaremos suficientemente agradecidos por nos terem libertado de um regime miserável -- teriam marcado os seu ponto, política e civicamente com muito mais vigor.


19
Jan 12
publicado por RAA, às 19:31link do post | comentar | ver comentários (2)

     As nossas sociedades estão sob um violento ataque do capitalismo argentário, sem escrúpulos nem rosto. A única resposta séria é política -- que não se verificou por vários motivos, entre os quais a fraqueza das lideranças europeias (Merkel, Sarkozy, Berlusconi, por razões diferentes) e os interesses divergentes do país de Cameron, a outra grande potência da UE.

 

     Neste contexto, em que os países periféricos (ou não) procuraram passar por esta crise como por entre os pingos da chuva, abdicando de se concertarem, ganhando algum músculo político, remetendo-se a um isolamento receoso do contágio da lepra grega -- neste contexto Portugal não risca nada, é irrelevante.

 

     Bem podemos nós vociferar e ir para a rua -- e devemos fazê-lo, apesar de tudo -- que o governo, acolitado por boa parte do PS, toma as medidas que lhe dá na gana. E não é uma greve geral realizada em mês de subsídio de Natal que o vai demover, tanto mais, que o PC e o BE tiveram uma votação residual, e as ordeiras e «enquadradas» manifs do PC e da Inter não assustam ninguém. Logo, no nosso isolamento europeu e na fraqueza  da esquerda contestatária, estamos nas mãos dos interesses financeiros, interpretados domesticamente por um alienígena leve e fresco como o ministro da Economia ou por um contabilista de cálculo indiferenciado como o ministro das Finanças.

 

     A decisão, difícil, da UGT, do tipo vão-se os anéis mas fiquem os dedos, talvez tenha sido, apesar de tudo, a menos prejudicial para quem trabalha. Concedo que a CGTP não poderia nunca ter assinado aquele acordo, mas como daí não retirará as ilações que se imporiam -- contestação a sério na rua, como o fizeram os gregos (sem resultados, na sua solidão, reconheça-se...), o mais que tem a fazer é: ou vir a terreiro, levantar barricadas e passar ao ataque -- ou, na sua impotência,  não vir com o insultozinho fácil e miserável a João Proença, que teve mais dignidade naquela assinatura do que alguns sindicalistas profissionais cheios de garganta -- e só garganta -- que ontem se passearam até São Bento.


10
Jan 12
publicado por RAA, às 22:53link do post | comentar | ver comentários (2)

Nesta história das Maçonarias, só me faz espécie a confusão que se estabelece entre uma entidade digna como o Grade Oriente Lusitano, com história e memória, e umas maçonarias da treta com uma treta de lojas e maçons de treta, criadas há uma dúzia de anos e com exemplos tão dignos como esta cena Mozart/Ongoing ou a lindeza da Casa do Sino/Universidade Moderna. É de propósito? É estupidez? Ou outra coisa? 


06
Jul 11
publicado por RAA, às 11:41link do post | comentar | ver comentários (3)
ouvi-a ao bom do António Macedo, na Antena 1: os círculos económicos e financeiros estariam estupefactos com a recente decisão de promover a lixo a nossa dívida pública...
E fico sonhador quando leio Faria de Oliveira a clamar contra o "insulto" e a "imoralidade" da Moody's ou Mira Amaral a qualificar como terrorista a dita agência. Cavaco tem de puxar-lhes as orelhas: não se trata assim os mercados. Carneiros e cordeirinhos até à degola.

14
Jun 11
publicado por RAA, às 21:06link do post | comentar | ver comentários (4)
Um marcelino qualquer censurou um artigo de Pezarat Correia, a propósito da possível nomeação de Paulo Portas como Ministro dos Negócios Estrangeiros. Como se pode ver aqui, trata-se de um escrito de pura opinião, sem derivas para assuntos de mau gosto, de um exercício da mais legítima liberdade de expressão, ainda por cima assinado por um homem de craveira intelectual (os seus livros, os seus artigos, as suas intervenções evidenciam-no) e militar do 25 de Abril. É evidente que um homem limpo não se deixa sujar por uma nódoa, e até uma nódoa pode fazer as vezes de condecoração. Mas o atrevimento de um qualquer marcelino, não deve passar sem mais.

05
Jun 11
publicado por RAA, às 22:17link do post | comentar | ver comentários (4)
Quando voto pelo primeira vez no BE, ele descalabra. Assim é que é!
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01
Jun 11
publicado por RAA, às 21:01link do post | comentar | ver comentários (2)
Surpresa!... Eu, alérgico ao BE desde a primeira hora, vou votar nele -- com reservas mas com algum entusiasmo, diga-se, embora não tenha ilusões quanto às consequência do meu voto.
Dois factores determinantes para que vá exercer o voto desta forma: sempre me foram antipáticas as origens do Bloco: PSR, UDP (credo!) e ex-PCP, sem garantias portanto de um entendimento liberal da democracia que perfilho. Mas tenho verificado que, ao contrário do que sucede no PCP, por várias vezes e em diversas ocasiões, o BE tem convivido com as divergências políticas que se exprimem no seu seio e cá fora se manifestam. É um bom sinal.
Em segundo lugar: Louçã, de quem nunca fui fã, para além da sólida preparação económica e política com que se apresentou nos debates, soube esgrimir as suas divergências com elevação e pertinência (esteve, aliás, muito bem com Passos Coelho e com Portas); por outro lado, não tem um discurso submisso, de vencido; pelo contrário -- e aqui está com o PCP --, apresenta alternativas à política económica, sem um discurso antieuropeísta e patrioteiro -- e aqui afasta-se do PCP.
Não me apetece votar em quem apela à submissão, nem alinho pelas criaturas engravatadas muito assustadas que invadem o espaço mediático proclamando que temos de ganhar o respeito dos mercados -- sem terem a decência de afirmar que os tais mercados não se dão ao respeito.

publicado por RAA, às 20:56link do post | comentar | ver comentários (2)
O PS é o partido da minha área política. Está, porém, cada vez mais parecido com o PSD. Gente com quem me identifico, Ferro Rodrigues, Manuel Alegre, não são mais que flores na lapela de Sócrates. Claro que o meu voto não é determinado por Sócrates. (O que se tem visto por aí em relação a Sócrates é dum patetismo que caracteriza bem este país de futebóis e revistas do coração). 
Tenho vários problemas com o PS. Mas o que agora determina o meu não-voto é a postura de pura desistência, de braços caídos diante de uma situação interna e externa que um partido à esquerda não pode deixar de sinalizar. Em vez disso, o PS mais não quer ser do que o garante do bom comportamento dos cidadãos perante os "mercados", triste figura que o equipara à inanidade contabilista dos cavacos e outras ferreiras leites. Para moderações destas, que mais não são do que uma garantia de domesticação, eu não contribuo.  

publicado por RAA, às 20:51link do post | comentar
O puro pragmatismo, o desenrascanço, o vazio doutrinário, a aflitiva indigência dos dirigentes (com todas as excepções). Ideologicamente vazio, o Poder que pretende conquistar é pasto para as clientelas. Passos Coelho pode ser muito simpático, honesto e bem intencionado, mas votar em líderes numas legislativas é uma forma básica e imatura de exercer o voto. Portanto, passo.

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