letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
12
Set 06
publicado por RAA, às 22:38link do post | comentar
E as letras, sendo uns caracteres mortos e não animados, contêm em si esprito de vida, pois dão acerca de nós tôdalas cousas.
In O Livro, o Leitor, a Leitura
Boletim Cultural, n.º 6, FCG
(edição de David Mourão-Ferreira)

23
Ago 06
publicado por RAA, às 14:14link do post | comentar
Mal fora iniciada a secreta viagem, / um deus me segredou que eu não iria só.
David Mourão-Ferreira

25
Mar 06
publicado por RAA, às 18:26link do post | comentar
Rua Avelar, 1 - Cascais

Meu Caro Carlos Queiroz

Retrato em que esteja só com o Regio, não encontrei. É verdade que tenho mais, mas não sei agora aonde. Verei se os encontro. Mas creio que em todas estaremos com outros amigos. Se não tiver muita pressa, em tendo as coisas mais arrumadas lhe direi.
Quanto à bio-bibliografia: nasci em Mortagua, no dia 4 de maio de 1905, estudei em Lisboa os primeiros anos do liceu e o resto em Coimbra, onde me formei em direito (4 de julho de 1930). Fui sócio fundador e director do Triptico e da Presença. Livros, tenho publicados os seguintes: Poemas (1926) -- Posição de Guerra (1928) -- Mar Coalhado (1931) -- Zonas (1932) -- Caminhos Magnéticos (1938) Teatro I (1940).
Está no prelo «O Barão» (novela); na forja «A Porta Ferrea» (romance) e na gaveta: o «Vento de Longe» (poemas) e «Arredores do Mundo» (poemas em prosa).
Aqui tem tudo o que quere e mais alguma coisa, pois creio que só lhe interessa o que já foi publicado.
Disponha sempre
do seu amigo e admirador
Branquinho da Fonseca
Cascais
4-XII-41
fac-símile in Boletim Cultural, n.º1, Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas, Fundação Calouste Gulbenkian
(direcção de David Mourão-Ferreira)

20
Dez 05
publicado por RAA, às 20:11link do post | comentar | ver comentários (3)
NOCTURNO

Eram, na rua, passos de mulher.
Era o meu coração que os soletrava.
Era, na jarra, além do malmequer,
espectral o espinho de uma rosa brava...

Era, no copo, além do gin, o gelo;
além do gelo, a roda de limão...
Era a mão de ninguém no meu cabelo.
Era a noite mais quente deste verão.

Era, no gira-discos, o «Martírio
de São Sebastião», de Debussy...
Era, na jarra, de repente, um lírio!
Era a certeza de ficar sem ti.

Era o ladrar dos cães na vizinhança.
Era, na sombra, um choro de criança...

Infinito Pessoal / Antologia Poética

publicado por RAA, às 20:09link do post | comentar

11
Nov 05
publicado por RAA, às 19:54link do post | comentar
LADAINHA DOS PÓSTUMOS NATAIS

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito

Um Monumento de Palavras

publicado por RAA, às 19:51link do post | comentar

05
Ago 05
publicado por RAA, às 23:35link do post | comentar
ÍNTIMO NATAL

Nunca o Natal me aturdira
com tão grande maravilha

Ó perspectiva de vida
que à vida me sobreviva

Um neto ou neta respira
no ventre de minha filha

1978.
Cancioneiro de Natal / Antologia Poética

publicado por RAA, às 23:32link do post | comentar
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