letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
20
Abr 11
publicado por RAA, às 20:58link do post | comentar | ver comentários (2)
Um post da Ana Paula Sena Belo suscitou-me este alinhavo:
Tenho por adquirido que quanto mais instáveis são os tempos, mais necessário se torna fazer uso da razão. A Europa, na década fatídica 1929-1939, deixou-se toldar pela irracionalidade. Mas houve povos (e líderes políticos cheios de defeitos) que se mantiveram razoáveis e lúcidos: os povos do Norte da Europa. E líderes:  de Churchill -- o homem certo na hora certa -- ao rei Haakon VII, da Noruega (ocupada pelos alemães), que ostentava à lapela a estrela de David, solidário com os seus concidadãos judeus. É evidente que também houve líderes do outro lado detentores de grande frieza (Stálin) e frio e competente discernimento (Salazar). Mas para estes não havia cidadãos, mas uma massa que era necessário enquadrar e tutelar.

18
Abr 11
publicado por RAA, às 00:56link do post | comentar
A UE gostaria de nos ver pelas costas, mas para desgraça dos finlandeses e outros alemães, a Europa sem nós não existe. Por muitas malfeitorias que nos façam, vão ter que nos gramar e pagar jantaradas a Passos Coelho e ao Alberto João. Eles, coitados, que se fartam de bulir naqueles climas de merda, pensam que estes dotes de saber receber, servir à mesa em inguelês fluente e comer-lhes as mulheres caiu do céu. Não!, são gerações e gerações de malandrice, de mandriice, de manha. Como dizia o Unamuno, eles que trabalhem, que nós, ibéricos, temos mais com que nos ocupar.

09
Nov 06
publicado por RAA, às 23:51link do post | comentar | ver comentários (2)
As fronteiras da Europa devem estar nas fronteiras da Europa e não dentro das fronteiras da Europa. Logo, a Turquia, que por enquanto não é cindível, deverá estar do lado de cá, porque está no lado de cá. E o que está no lado de lá -- que está do lado sudeste da Geórgia --, faz parte do território fronteiriço da Europa. Como, por outras palavras já disse, a propósito desta conveniência de estar.

28
Set 06
publicado por RAA, às 22:24link do post | comentar | ver comentários (6)
Hoje, no Público, José Pacheco Pereira pronuncia-se a favor da adesão da Turquia à União Europeia, com um argumento geo-político essencial: «A Turquia não é um pequeno país, é uma potência regional, com uma área de influência que se estende das repúblicas asiáticas à China. E, para além disso, entra para a UE um dos poucos exércitos credíveis existentes na Europa. [...] Para a estabilidade da Europa, precisamos da Turquia e da Turquia do nosso lado.»
A herança cultural turca é enorme, nomedamente nos Balcãs; os turcos (etnia proveniente das estepes asiáticas, como os húngaros e os finlandeses) são Europa e estão na Europa há séculos, fazendo tanto sentido a sua adesão como a dos romenos e búlgaros, agora à soleira da porta.
É duma Turquia laica que falo, duma Turquia integralmente respeitadora da liberdade dos seus cidadãos, incluindo da dos curdos, uma Turquia que respeita a integridade de Chipre, uma Turquia que reconheça o seu passado para o bem e para o mal, como o tem de fazer relativamente à Questão Arménia. É uma Turquia de cidadãos europeus, em Istambul, em Ancara, em Esmirna, cuja modernidade não perde em confronto com a de muitas regiões da União Europeia. É evidente que há problemas, há atavismos seculares, há primitivismo, como existe entre nós meia dúzia de quilómetros andados para lá de Lisboa ou do Porto.
Finalmente, durante séculos, o Império Otomano serviu de refúgio aos perseguidos religiosos, designadamente aos judeus, aos judeus portugueses, convém lembrar. Por isso, nestes tempos difíceis de fanatismo religioso, de terrorismo em nome da religião, há que estender a mão a um país de grande dimensão e dignidade que anseia (tal como nós ansiámos) por estar na Europa democrática, livre e laica a que pertence por direito.

08
Fev 06
publicado por RAA, às 16:05link do post | comentar
(do post frustrado de 6ª feira.)
Não estou muito interessado em saber se a decisão de publicar as caricaturas de Maomé pelo jornal dinamarquês teve por base uma atitude sensacionalista e oportunista. (Nesta altura do campeonato já me são irrelevantes os eventuais propósitos racistas e xenófobos do tal Correio da Jutlândia, por mais odiosos.) O que me importa é a firmeza que a Europa deve demonstrar contra o fanatismo a minar-lhe a casa.
Um bom exemplo dessa firmeza é a controversa «lei do véu» francesa, tão mal vista pelos arautos do politicamente correcto, prontos, em nome não se sabe bem de quê, a subvalorizar a situação das mulheres islâmicas na França dos subúrbios, fortemente coagidas a cobrirem-se, intoleravelmente condicionadas na sua vivência quotidiana, por muito que os activistas islâmicos o queiram negar.
A Europa é uma realidade complexa que se construiu na base do seu autoquestionamento. Dizer Europa é, apesar de tudo, dizer laicidade, pensamento livre. Dentro das suas fronteiras -- nas da União Europeia, pelo menos --, deve opor-se, com todo o vigor, à censura, à chantagem e ao medo. E se em nome da liberdade permite aos muçulmanos que vivem no seu seio o maior respeito pelas suas tradições, não pode mais ser tolerante para com as práticas que colidam com a liberdade de todos os cidadãos, cristãos, muçulmanos, ateus ou animistas. Quem assim não compreender, sendo estrangeiro, não tem lugar entre nós, e terá de ser deportado, naturalmente; se for nacional e se servir das crenças para atentar contra a liberdade dos seus concidadãos, tem de ser criminalizado.
Nas últimas décadas, as nações livres opuseram-se e derrotaram o nazismo, serpente gerada no seu seio; derrotaram uma abstracção para-religiosa denominada comunismo soviético que, pretendendo criar um paraíso na terra para o «homem novo» por si gerado, redundou na monumental mentira dos gulags e da burocracia. O combate terá de ser feito de novo cá dentro, higienicamente, sem guerras de religião nem tiro ao mouro, com toda a firmeza, porém, sem complexos colonialistas, que para esse peditório já muitos países europeus deram! A agitação das massas em fúria provém, é verdade, da manipulação política feita por aqueles a quem aproveita um «Ocidente» mantido em sentido. Os governos dos países com uma larga minoria islâmica terão naturalmente de lidar com sabedoria e prudência em face da turba excitada; mas os instigadores terão de ser reprimidos. É para nós uma questão de sobrevivência.

mais sobre mim
Novembro 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9

15


25
26
27
28
29
30


pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO