Na «beleza emotiva» (19) procurada pelos poetas da presença não havia também lugar para o formalismo, para a habilidade dos vates de academia, para o tecnicismo, espartilho de muito razoável poeta que dele não logrou libertar-se. E se para Gaspar Simões -- o mais assertivo dos teóricos presencistas, cujas tiradas terão contribuído o seu quê para dar da revista a imagem duma certa irredutibilidade («a história da arte é a história da luta dos artistas com a realidade exterior» (20)), não se seguia -- pelo menos para os restantes co-directores -- que o artista se devesse encasular, umbilicalizar, torredemarfinizar. A poesia-pura, na acepção de Casais, rejeitando a submissão à forma e às escolas, não se afastava dos grandes problemas do homem -- fazia-o, porém, apenas «como expressão directa do seu debate interior.» (21)