letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
20
Abr 11
publicado por RAA, às 20:58link do post | comentar | ver comentários (2)
Um post da Ana Paula Sena Belo suscitou-me este alinhavo:
Tenho por adquirido que quanto mais instáveis são os tempos, mais necessário se torna fazer uso da razão. A Europa, na década fatídica 1929-1939, deixou-se toldar pela irracionalidade. Mas houve povos (e líderes políticos cheios de defeitos) que se mantiveram razoáveis e lúcidos: os povos do Norte da Europa. E líderes:  de Churchill -- o homem certo na hora certa -- ao rei Haakon VII, da Noruega (ocupada pelos alemães), que ostentava à lapela a estrela de David, solidário com os seus concidadãos judeus. É evidente que também houve líderes do outro lado detentores de grande frieza (Stálin) e frio e competente discernimento (Salazar). Mas para estes não havia cidadãos, mas uma massa que era necessário enquadrar e tutelar.

19
Abr 11
publicado por RAA, às 22:23link do post | comentar
cartaz original, 1941
Dumbo, de 1941, um filme que é um louvor à amizade e um dos mais conseguidos, de quantos foram produzidos por Disney. O experimentalismo de «Fantasia» continua, designadamente na sequência da embriaguez do elefantinho e do rato Timóteo; a cena dos corvos, cheia de swing, é outro momento alto. A banda sonora é, globalmente, esplêndida.
Lembro-me de tê-lo visto no velho Cinema São José, em Cascais (999 lugares...).
Uma curiosidade: produzido em plena II Guerra Mundial -- de que surgem uns ecos quando Dumbo faz de avião de caça metralhando as elefantas cruéis --, quando chega a hora do triunfo dos Aliados, publica-se uma revista  em que as personagens da casa agitam bandeiras dos países vencedores. Ao Dumbo coube a da União Soviética, pela qual Walt Disney nutria enorme entusiasmo, como se sabe... (Será coincidência, mas «Dumbo» foi um filme que não lhe mereceu grande simpatia).

20
Jan 11
publicado por RAA, às 19:47link do post | comentar
Béla Bartók (1881-1945), Concerto para Orquestra (1943), seguido de O Mandarim Maravilhoso (1919) e Dois Quadros para Orquestra (1910).
Um disco que levaria para a ilha deserta. Quanto mais oiço, mais gosto (este é o critério).
O Concerto para Orquestra -- repare-se na ambiguidade do título, o concerto é normalmente para solistas --, composto nos Estados Unidos, dois anos da morte de Bartók, é tido como uma espécie de resumo do percurso musical deste grande húngaro. A tradição e a inovação, o humor e o dramatismo, a vida e a morte (vivia-se e morria-se na II Guerra Mundial), a alegria solar dos trabalhos e dos dias nos campos e nas aldeias, o vórtice das metrópoles, tudo se conjunga nesta obra-prima.
 O Mandarim é um bailado dionisíaco, pleno de pujança e carga sexual; os Quadros, composições impressionistas, bem dentro da modernidade fragmentada dos anos dez. À memória vêm-me Debussy, é claro, mas também Ravel, Stravinsky.
A gravação é de 1962/63, com a Orquestra de Filadélfia, dirigida por Eugene Ormandy.

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