-- Há ouro, Wayne, ouro em pó em toda a parte!
J. G. Ballard, Olá, América!, tradução de Fernanda Pinto Rodrigues, Lisboa, Editorial Caminho, 1988.
-- Há ouro, Wayne, ouro em pó em toda a parte!
J. G. Ballard, Olá, América!, tradução de Fernanda Pinto Rodrigues, Lisboa, Editorial Caminho, 1988.
«--O amigo acredita em Deus?» «O taxista de Jesus»
«O rapazinho encostou uma pistola à nuca do ascensorista e ordenou-lhe num fio de voz (estava em pânico), que levasse a máquina até Havana, Cuba.» «A volta ao mundo em elevador»
«A cama era um móvel insensato, com pernas altíssimas, de tal forma que o colchão ficava suspenso a uns dois metros de altura.» «Não há mais lugar de origem»
«Esta é a história verdadeira do meu amigo Fortunato, que numa madrugada de pouca sorte acordou nu no corredor de um grande hotel londrino.» «Porque é tão importante ver as estrelas»
José Eduardo Agualusa, Fronteiras Perdidas (1999), 5.ª edição, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2009.
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conhecia de vista e de chapéu.
Machado de Assis, Dom Casmurro, São Paulo, Abril Cultural, 1978.
Na segunda quarta-feira de Setembro de mil novecentos e setenta e cinco comecei a trabalhar às nove e dez.
António Lobo Antunes, Auto dos Danados, 11.ª edição, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1987.
Ali pelo oitavo chope, chegamos à conclusão de que todos os problemas eram insolúveis.
Cyro dos Anjos, O Amanuense Belmiro, posfácio de Alcir Pécora, Lisboa, Livros Cotovia, 2005.
Confirmada a demência de Egor Timofeievich Pomerantzev, subchefe da Repartição de Administração local, os amigos promoveram uma subscrição em seu benefício, a qual rendeu o bastante para que ele fosse internado num manicómio particular.
Leonid Andreiev, Os Espectros, tradução anónima (Manuel do Nascimento?), Lisboa, Edição de Fomento de Publicações, s.d.
Era uma vez uma casa branca nas dunas, voltada para o mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen, A Menina do Mar, Porto, Figueirinhas, 1974.
Desde o inverno que Jaime andava a falar na visita de seu sobrinho Luís.
João Pedro de Andrade, A Hora Secreta, Sá da Bandeira, Publicações Imbondeiro, s.d.
O eruditismo estéril, o puro nonsense, o folclore urbano, um certo olhar sobre a ancestralidade judaica, o arrivismo cultural:
1- Venal & Irmãos publicaram, enfim,o tão longamente esperado primeiro volume das Listas da Lavandaria de Metterling (Edição Completa das Listas da Lavandaria de Hans Metterling, vol. I, 437 pp. mais XXXII pp. de introdução; índice; 18,75 dólares) com um erudito comentário pelo conhecido especialista em Metterling Gunther Eisenbud. «As listas de Metterling»
2- O desenvolvimento da minha filosofia aconteceu como segue: a minha mulher, tendo-me convidado para provar o seu primeiro soufflé, deixou cair uma colher dele no meu pé, fracturando vários ossinhos. «A minha filosofia»
3- Desfolhava eu uma revista enquanto esperava que o meu beagle Joseph K. saísse da sua sessão habitual de cinquenta minutos às terças-feiras com um analista de Park Avenue -- um veterinário jungiano que, a cinquenta dólares a sessão, trabalha corajosamente para o convencer que a papada não é uma desvantagem social -- quando topei com uma frase que captou a minha atenção como se fosse um aviso de um cheque sem cobertura. «Sim, mas a máquina a vapor é capaz de fazer isto?»
4- O número de boletins de faculdade e de anúncios para cursos de adultos que rolam sem cessar na minha caixa de correio convenceu-me de que o meu nome deve constar de uma lista especial de correio para falhados na vida. «Boletim da Primavera»
5- Um homem viajou até Chelm com o objectivo de obter conselho do rabi Ben Kaddish, o mais santo dos rabis do século IX e talvez o maior noodge (1) de toda a Idade Média. «Lendas assídicas com um guia para a sua interpretação da autoria do distinto erudito»
6- É preciso que compreendam que estão a falar com um homem que despachou Finnegans Wake na montanha-russa de Coney Island, penetrando sem dificuldades nos abstrusos arcanos de Joyce, apesar dos violentos solavancos que me fizeram perder os dentes postiços. «Um pouco mais alto, por favor»
7- Estava sentado no meu escritório, a limpar o lixo do meu 38 e a matutar sobre quando chegaria o próximo caso. «O Chefão»
(1) Chato (N. do T.)
Woody Allen, Para Acabar de Vez com a Cultura [Getting Even, 1966], tradução de Jorge Leitão Ramos, 4.ª edição, Venda Nova, Livraria Bertrand, 1981.