letras, sons, imagens -- revolução & conservação -- ironia & sarcasmo -- humor mau e bom -- continua preguiçoso
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Ago 11
publicado por RAA, às 23:56link do post | comentar
Quando estou em férias, ocorre sempre qualquer coisa fora do habitual, não sei porque diabo. Ora morre uma princesa em fuga, ora se dá um golpe de estado em Moscovo ou as tropas australianas desembarcam em Timor-Leste, entre muitos outros episódios levados da breca. Desta vez foram os motins de Londres e adjacências, que no fundo são metástases desta doença prolongada que atingiu em cheio um paciente chamado União Europeia, e que dá pelo nome de «mercados». 
Eu quero crer que o doente tem ainda capacidade de resposta para debelar esse cancro que dá pelo nome de «mercados». Mas é evidente que com actores políticos de escol, como os que temos tido, que entre o medo de ferir a susceptibilidade do cancro e o afã em ganhar o respeito e a confiança desse mesmo cancro, algo vai acabar mal. Talvez o doente; de certeza os «mercados». 

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Jul 05
publicado por RAA, às 17:47link do post | comentar
escreve Pacheco Pereira na edição de hoje do «Público», a propósito dos acontecimentos de Londres. E eu, eu concordo... Com pena, pois, se ainda me lembro, o articulista foi um dos apoiantes da investida contra o Iraque, com lindos resultados, o que, aceitemos, não lhe retira o acerto da análise, ao contrário de Soares, que esteve do lado correcto, mas espalhando-se ao comprido nos últimos comentários, sobre umas famigeradas causas, que como já aqui escrevi, só lateralmente têm que ver com o que se passou. Defendamo-nos, pois, com tudo o que temos à mão, como diz Pacheco Pereira: «tropas, polícias, agentes de informações, à dentada (...)», se for preciso. É brutalmente simples, reconhece, mas não deixa de ser realista. Ao contrário, Helder Macedo, pessoa, escritor e intelectual respeitabilíssimo, também hoje na «Visão», http://www.visaoonline.pt/, parece-me que incorre nos erros de apreciação do costume, ao avisar-nos, com legítima preocupação, em relação aos excessos, em particular dos demagogos e duma tropa fandanga que lhes está adjacente. Tolerância, democracia, está tudo muito bem, creio que os ingleses serão os últimos a cair em tentações estranhas. Não lhes peçam, porém, que se deixem imolar. Ou somos intolerantes com a intolerância ou, aí sim, capitularemos.

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Jul 05
publicado por RAA, às 20:36link do post | comentar
Posted by Picasa
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publicado por RAA, às 20:34link do post | comentar
das mentiras do Bliar, dos crimes do gang do Bush, nem das provas que o Barroso diz ter visto da existência de armas de destruição maciça no Iraque. Estive na manifestação contra a guerra, e ainda bem que mostrámos o nosso nojo pela repugnante aldrabice. Mas o que se passou hoje só lateralmente tem que ver com a vigarice americana. Há ratazanas a espalhar a peste, indiscriminadamente. O que se faz às ratazanas?
E, francamente: por mim os israelitas, de quem gosto, aliás, podiam ser corridos de Jerusalém, ou de parte dela, aos pontapés no cu, mas só depois de se dar caça aos Bin Ladens, aos Zarqawis e a outros filhos-da-puta.
Farto deste ranço bíblico e corânico.

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Jun 05
publicado por RAA, às 19:22link do post | comentar
Posted by Hello
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Mar 05
publicado por RAA, às 23:54link do post | comentar | ver comentários (2)
A casa onde morreu Almeida Garrett está em risco, por abandono e especulação. Somos um país de alarves, ainda atiramos lixo pela janela do carro, não temos civilização para respeitar a memória espiritual de quem foi enorme no seu tempo, apesar de todas as humaníssimas fraquezas. Somos um país de lepes, canalha de mão estendida a quem encheram os bolsos sem antes ensinarem a mastigar de boca fechada. O resultado é esta vileza. Demolir aquilo é como arrasar a casa de Dickens em Londres, onde ele só viveu escassos meses, mas está lá, para ser visitada; é como destruir a casa de Balzac em Paris, onde o homem viveu com um nome falso, e mesmo assim não se livrava dos credores, e também lá está. Mas é pior, muito pior para nós, periféricos, provincianos, tão atrasados que até envergonha. Eles, ingleses e franceses têm tanto, e tantas casas, de Dickens, de Balzac, de Thackeray, de Hugo, de... E nós temos tão pouco...

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