É verdade, digo eu, que aqui me tenho queixado das minhas oscilações entre o ironista e o sarcasta, com pendor para este último estado, tão desgastante que só posso ser burro.
Eugénio Lisboa, na sua coluna «Pro memória»: «Basta que um clerc de grande prestígio (merecido ou não) declare uma obra "genial", ou apenas "deslumbrante" ou "estimulante", para que toda a arraia miúda se derrame em orgasmos de admiração, que invadem mestrados, doutoramentos e pós doutoramentos.. Absorver a inovação já não requer tempo, meditação, estudo, paciência, leitura obstinada... Damos ao mundo, como se diz por aí [...], um exemplo histórico de não resistência à mudança. Seria belo, se fosse sincero e profundo. Mas sê-lo-á?»