Em 1997 acompanho-o num programa sobre Cascais. Assisto àquela mise-en-scène, a pose para a câmara, o bicho mediático em acção... Indescritível. Falo-lhe no nosso encontro, um quarto de século antes, evocamos o amigo. Deste também breve encontro, recordo-me de duas coisas: o elogio que fez ao livro de Vasco Pulido Valente, O Poder e o Povo, que considerava uma das grandes obras da historiografia portuguesa contemporânea; e o seu pessimismo em face do devir da Humanidade: «Vejo o homem do futuro como um grande estômago e uma grande cabeça, membros superiores desenvolvidos e os inferiores atrofiados, incapaz de se deslocar por meios próprios. Tenho de pedir a um artista para me fazer uma figura assim...»